terça-feira, 17 de novembro de 2009

O comportamento da Pressão Arterial após os exercícios

A pressão arterial alta é um grande fator de risco para doenças cardiovasculares, e caracteriza-se por não apresentar sintomas, salvo raras exceções. Essa patologia vem crescendo devido ao aumento do sedentarismo associado a uma alimentação incorreta.

Modificações no estilo de vida como a mudança na alimentação e o exercício físico, são as primeiras linhas de intervenção para o controle de PA alta, mesmo quando terapia medicamentosa é implementada.



Para saber mais sobre os benefícios dos exercícios físicos na redução da Pressão Arterial acesse o link abaixo.

SAIBA MAIS.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Comportamento da Pressão Arterial em exercícios físicos


Introdução


A hipertensão arterial, isoladamente, é um fator de risco para diversas doenças, tanto cardíacas quanto vasculares(1). Por outro lado, a redução da pressão arterial (PA) diminui o risco de desenvolvimento de tais enfermidades(2)

Uma das estratégias para a redução da pressão arterial de repouso é a prática regular de exercícios físicos. Diversos estudos têm comprovado um efeito benéfico do treinamento físico, tanto aeróbio(4) quanto de força(5), sobre os níveis de PA de repouso. Esses efeitos podem ocorrer como uma adaptação crônica ao treinamento ou como uma redução dos níveis pressóricos depois de uma sessão de exercícios, no que se denomina hipotensão pós-exercício (HPE)(6).

A maioria dos estudos que analisaram os efeitos da atividade física nos níveis de PA pós-exercício utilizou o exercício aeróbio como principal estratégia. As informações sobre o comportamento da PA após uma sessão de treinamento de força ainda são relativamente escassas, principalmente quando a amostra é composta por hipertensos.


Métodos


Foram recrutadas 20 pessoas hipertensas de ambos os gêneros (16 homens e quatro mulheres), participantes de um programa de exercícios físicos supervisionados, porém sem experiência prévia com treinamento de força. Embora todos os indivíduos utilizassem pelo menos uma medicação anti-hipertensiva, não houve homogeneidade quanto ao controle do fármaco. Os sujeitos foram orientados a não ingerir cafeína ou álcool no período de coleta de dados, assim como não realizar suas atividades físicas habituais antes dos testes. Como critérios de exclusão, foram considerados indivíduos que possuíam qualquer outra enfermidade que pudesse comprometer as respostas cardiovasculares e limitações articulares que impossibilitassem a realização dos exercícios.


Conclusão


Em relação ao exercício aeróbio, parece que quanto maior o volume, mais a duração da HPE(19). Esse fato está associado aos resultados do presente estudo, ou seja, os mecanismos de redução da PA após a atividade não seriam diferentes em relação ao tipo de exercício realizado. Uma das possíveis explicações para esse fato reside no aumento da liberação de substâncias vasodilatadoras, como óxido nítrico e prostaglandinas, que aumentam o fluxo sanguíneo e diminuem a resistência vascular(20)


Essa redução da PA após a atividade física é tida como uma das principais intervenções não-farmacológicas de controle da PA, principalmente em indivíduos hipertensos(18). Nesse sentido, quanto maior a magnitude e, principalmente, a duração da Hipotensão Pós-exercício, melhor o efeito do exercício sobre a saúde cardiovascular do praticante. Além disso, parece que a sucessão continuada desse comportamento hipotensivo após o esforço repercute cronicamente sobre a Pressão Arterial de repouso, tornando-a mais reduzida que aquela observada na condição pré-treinamento(6).


De fato, mesmo sem utilização de qualquer droga, a Hipotensão Pós-Exercício ainda não é um consenso decorrente do exercício de força. Enquanto existem informações sobre reduções importantes na PA após o exercício(8), outros resultados não mostram quaisquer alterações(24) ou até mesmo aumento(26) . A inconsistência de informações pode estar associada às inúmeras variáveis envolvidas, como forma de medida da PA e período de acompanhamento pós-esforço; e quanto à prescrição, como volume, intensidade, intervalo entre as séries e estado de treinamento.

A ausência de controle ou da homogeneização sobre as drogas utilizadas não permite afirmar que a atividade realizada tenha exercido o mesmo efeito hipotensor em todos os sujeitos.


Concluido o estudo, temos como resultado : a) por até 60 minutos pós-exercício, uma sessão de treinamento de força pode promover reduções nos níveis pressóricos, principalmente para PAS, em indivíduos hipertensos controlados por medicação; b) parece ser necessário um maior volume de treinamento para que tal efeito ocorra.

Logo, são necessários outros estudos dessa natureza em pessoas hipertensas, principalmente com melhor controle da medicação utilizada.


PARA UMA MAIOR INFORMAÇÃO SOBRE ESSE ESTUDO ACESSE O TRABALHO NA ÍNTEGRA


SAIBA MAIS




Referências:

1. Pescatello LS, Franklin BA, Fagard R, Farquhar WB, Kelley GA, Ray CA. American College of Sports Medicine position stand. Exercise and hypertension. Med Sci Sports Exerc 2004;36:533-53. [ Links ]

2. Ogihara T, Hiwada K, Morimoto S, Matsuoka H, Matsumoto M, Takishita S, et al. Guidelines for treatment of hypertension in elderly-2002 revised version. Hypertens Res 2003;26:1-36. [ Links ]

4. Whelton SP, Chin A, Xin X, He J. Effects of aerobic exercise on blood pressure: A meta-analysis of randomized, controlled trials. Ann Intern Med 2002;136:493-503. [ Links ]

5. Kelley GA, Kelley KS. Progressive resistance exercise and resting blood pressure: a meta-analysis of randomized controlled trials. Hypertension 2000;35:838-43. [ Links ]

6. MacDonald JR. Potential causes, mechanisms, and implications of post exercise hypotension. J Hum Hypertens 2002;16:225-36. [ Links ]

8. Polito MD, Simão R, Senna GW, Farinatti PTV. Hypotensive effects of resistance exercise performed at different intensities and same works volumes. Braz J Sports Med 2003;9:74-7. [ Links ]


18. Halliwill JR. Mechanisms and clinical implications of post-exercise hypotension in humans. Exerc Sports Sci Rev 2001;29:65-70. [ Links ]


24. Roltsh MH, Mendez T, Wilund KR, Hagberg JM. Acute resistive exercise does not affect ambulatory blood pressure in young men and women. Med Sci Sports Exerc 2001;33:881-6. [ Links ]

26. O'Connor PJ, Bryant CX, Veltri JP, Gebhardt SM. State anxiety and ambulatory blood pressure following resistance exercise in females. Med Sci Sports Exerc 1993;25:516-21. [ Links ]

27. Haykowsky MJ, Findlay JM, Ignaszewski AP. Aneurysmal subarachnoid hemorrhage associated with weight training: three case reports. Clin J Sports Med 1996; 6:52-5. [ Links ]

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O comportamento da Pressão Arterial em diferentes tipos de exercícios

Pressão Arterial: o que é?



A pressão arterial representa a força(pressão) exercida pelo sangue contra as paredes arteriais durante um ciclo cardíaco.(McArdle 2003)


Hipertensão arterial é o termo clinico que descreve a condição na qual a pressão arterial encontra-se cronicamente elevada, acima dos valores apresentados pelo indivíduos normais e saudáveis.(Wilmore 2001)


Apenas dois terços dos hipertensos têm conhecimento de sua doença, com apenas metade sendo tratada e apenas uma quarta parte tendo sua pressão arterial sob controle. A cada ano, outros 2 milhões de pessoas de tornam hipertensas. Um individuo sob medicação para hipertensão ainda é classificado como hipertenso, até mesmo quando a pressão arterial permanece dentro da variação normal. Sem correção, a hipertensão costuma resultar em insuficiência cardíaca congestiva, doença renal, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. (McArdle 2003)


A pressão arterial deve ser checada periodicamente, pois a hipertensão progride sem ser reconhecida por muitos anos. As estratégias de prevenção efetivas aplicam modificações no estilo de vida – atividade física regular, perda ponderal moderada, controle do estresse, abandono do fumo, consumo reduzido de sódio e álcool e ingestão adequada de potássio, cálcio e magnésio.(McArdle 2003)



PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA


A pressão arterial sistólica, a mais alta das mensurações da pressão, ocorre durante a contração ventricular(sístole) quando o coração impulsiona 70 a 100 ml de sangue para dentro da aorta.

Em repouso, nos indivíduos normotensos, a pressão mais alta gerada pelo coração é, em média, de 120 mm Hg durante a contração ventricular esquerda(sístole).

A pressão sistólica normal em um adulto varia entre 110 a 140 mm Hg.



PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA


A pressão arterial diastólica representa a pressão mais baixa alcançada durante o relaxamento ventricular. Ela indica a resistência periférica, ou a facilidade com que o sangue flui das arteríolas para dentro dos capilares. Com uma alta resistência periférica, a pressão dentro das artérias após a sístole não se dissipa rapidamente, pelo contrário, continua elevada durante uma grande parte do ciclo cardíaco.

A pressão diastólica varia entre 60 a 90 mm Hg.




Classificação da Pressão Arterial em Adultos

Sistólica

(mm Hg)

Diastólica

(mm Hg)

Categoria

<120

<80

Ótima

<130

<85

Normal

130 – 139

85 – 89

Alta-normal

140 – 159

90 – 99

Hipertensão no estágio 1

160 – 179

100 – 109

Hipertensão moderada

180 – 209

110 – 119

Hipertensão grave

> 210

120

Hipertensão muito grave



COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL A DIFERENTES TIPOS DE EXERCÍCIOS


- Exercícios de Resistência


O exercício que gera tensão, particularmente durante a fase concêntrica ( de encurtamento) ou estática da contração muscular, comprime mecanicamente os vasos arteriais periféricos que irrigam os músculos ativos. Consequentemente, na tentativa de restaurar o fluxo sangüíneo muscular, ocorre um aumento substancial na atividade do sistema nervoso simpático, no debito cardíaco e na PAM(Pressão Arterial Média). A magnitude da resposta hipertensiva se relaciona diretamente com a intensidade do esforço e com a quantidade da massa muscular ativada. As respostas hemodinâmicas agudas ao exercício de resistência parecem ser semelhantes em adultos jovens e mais velhos porém sadios.

Estudos também mostram que o exercício que ativa uma grande massa muscular e que requer uma sobrecarga muscular relativamente grande induz aumentos bastante dramáticos na pressão arterial.

Na atividade de resistência, que envolve uma massa muscular grande, a pressão arter

ial sistólica aumenta em proporção direta ao aumento da intensidade do exercício. Uma pressão sistólica que começa com 120 mm Hg em repouso pode ultrapassar 200 mm Hg na exaustão. Em indivíduos altamente treinados, normais e saudáveis, são relatadas, pressões sistólicas de 240 a 250 mm Hg. A pressão diastólica é pouco alterada ou se reduz muito pouco, independentemen

te da sua intensidade.



- Exercício em Ritmo Estável



Durante a atividade muscular rítmica (p.ex.,trote,natação,ciclismo), a vasodilatação nos músculos ativos reduz as resistência periférica total, aumentando assim o fluxo sangüíneo através de grandes segmentos da arvore vascular periférica. O maior fluxo sangüíneo durante o exercício rítmico em estado estável eleva rapidamente a pressão sistólica durante os primeiros minutos do exercício.A seguir, em geral a pressão arterial se estabiliza em 140 a 160 mm Hg para homens e mulheres sadios.Com a continuação do exercício, a pressão sistólica pode declinar gradualmente

à medida que as arteríolas ns músculos ativos continuam se dilatando, reduzindo ainda mais a resistência periférica ao fluxo sangüíneo. A pressão diastólica se mantém relativamente inalterada durante todo o exercício.

Após a elevação rápida inicial em relação ao nível de repouso, a pressão sistólica aumenta literalmente com a intensidade do exercício, enquanto a pressão diastólica se mantém estável ou cai ligeiramente para os níveis mais altos de exercício. Tantos os indivíduos sedentários quanto os treinados em endurance demonstram respostas semelhantes da pressão arterial.



- Exercício Realizado com os Membros Superiores


O exercício realizado com os braços produz pressões sistólica e diastólica consideravelmente mais altas que os exercícios realizados com os membros inferiores para um determinado percentual do VO2max. Isso ocorre porque a massa muscular e a arvore vascular dos membros superiores de menor porte oferecem maior resistência ao fluxo sangüíneo de maior porte dos membros inferiores. Para os indivíduos com disfunção cardiovascular, essas observações apóiam o uso o exercício que requer grandes grupos musculares, como marcha, ciclismo e corrida, ao contrario do exercício, que utiliza uma massa muscular limitada, como ativar uma manivela com os braços.

O exercício realizado com os segmentos superiores do corpo para treinar os pacientes com doença cardíaca coronariana requer que os níveis apropriados do exercícios sejam determinados pela resposta da pessoa ao exercício realizado com os braços e não da prescrição de um teste com estresse com base no ciclismo ou na corrida.



- Exercícios para Treino de Força



De acordo com Fleck e Kraemer, a maioria dos relatos mostra atletas de força altamente treinados que obtêm pressões arteriais sistólicas ou diastólicas em repouso médias ou abaixo da média. Contudo, estudos longitudinais de curto tempo ( de 6 a 20 semanas) em homens, mostram que não existe mudanças ou descréscimos nas pressões arteriais sistólicas e diastólicas de repouso. Apesar dessa evidência, é comum ocorrer uma noção errônea de que o treinamento de força causa hipertensão. As explicações mais corretas da causa dessa hipertensão, observando-se atletas de força altamente treinados, são: hipertensão essencial, excesso de treinamento crônico, uso de andrógenos ou grandes ganhos de massa muscular. O decréscimo da pressão arterial de repouso pode ser atribuído a diminuição da gordura corporal, diminuição da quantidade de sal no organismo e estrutura simpatoadrenal.

As pressões sistólica e diastólica aumentam substancialmente durante o desempenho do exercício dinâmico de força pesada. Outra questão interessante é que de acordo com o número de repetições e a forma de execução o comportamento da pressão também pode variar. Onde a maior pressão ,geralmente, é atingida nas últimas repetições e na fase concêntrica.

Segundo Fleck, anormalidades na função diastólica são associadas com a hipertrofia cardíaca em virtude de hipertensão e doença cardíaca valvular.



Comportamento da Pressão Arterial na Recuperação



Após completar um exercício submáximo, a pressão sistólica cai temporariamente abaixo dos níveis pré-exercício para os indivíduos tanto normotensos quanto hipertensos. Uma explicação para a hipotensão pós-exercício propõe que uma quantidade significativa de sangue permanece estagnada nos órgãos viscerais ou nos membros inferiores durante a recuperação também pode contribuir para a resposta hipotensa. A liberação do hormônio peptídico natriurético atrial, que é um poderoso vasodilatador, não é responsável pela hipotensão pós -exercício. As observações de redução pós-exercícios significativas na pressão arterial proporcionam um apoio adicional para o exercício moderado como tratamento não-farmacológico de hipertensão. Reduções relativamente prolongadas da pressão arterial pós-exercícios justificam as recomendações de múltiplos períodos de atividade física entremeados durante o dia inteiro.



Referências:



MCARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L.. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan


SIMÃO, Roberto. Fundamentos fisiológicos para o treinamento de força e potência. São Paulo: Phorte, [2003]


WILMORE, Jack H.; COSTILL, David L.. Fisiologia do esporte e do exercício. 2. ed. Barueri, SP: Manole

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